Uso de Inteligência Artificial em campanhas políticas gera preocupações sobre impacto na democracia
A utilização de Inteligência Artificial (IA) em campanhas políticas tem sido cada vez mais comum e levanta preocupações sobre o seu impacto na democracia. Apesar de passar despercebida pelos legisladores, essa nova forma de persuasão eleitoral pode mudar à medida que mais partidos experimentam com a tecnologia.
Em 2008, a campanha presidencial de Barack Obama foi aclamada por ser a primeira a utilizar as redes sociais com sucesso para mobilizar eleitores e conquistar a Casa Branca. Desde então, a tecnologia cresceu de ser uma adição inovadora para uma campanha política para transcender todos os aspectos dela. Agora, a inteligência artificial parece estar pronta para transformar as eleições.
Na semana passada, o Comitê Nacional Republicano lançou um anúncio de 30 segundos como resposta ao anúncio oficial do presidente Joe Biden de que buscará reeleição em 2024. O vídeo mostrava imagens distópicas dos Estados Unidos após a reeleição do presidente – migrantes inundando fronteiras, cidades bloqueadas com soldados nas ruas e jatos chineses bombardeando Taiwan. Nenhum desses cenários realmente aconteceu – eles foram todos criados usando IA.
O problema é que muitos eleitores podem ser enganados por conteúdo gerado por computador, mesmo quando sua veracidade é questionável. Especialistas afirmam que o uso irrestrito de IA em propaganda política pode criar um cenário onde nada precisa ser “real”, abrindo caminho para uma era de informação falsa.
Lyndon B. Johnson usou a publicidade ataque “Daisy Girl” para seu ganho eleitoral em 1964. O anúncio imaginava um apocalipse nuclear se Barry Goldwater fosse presidente. Mas a IA “confunde ainda mais as águas”, disse Hany Farid, especialista forense digital e professor da University of California, Berkeley. “Entramos neste mundo onde qualquer coisa pode ser falsa – qualquer imagem, qualquer áudio, qualquer vídeo, qualquer pedaço de texto.”
A preocupação com o uso indevido da tecnologia não se limita aos EUA. Defesas pró-democracia alertam sobre os perigos do que chamam de “deepfakes” (imagens e vídeos alterados por IA) em todo o mundo. Imran Ahmed, CEO do Center for Countering Digital Hate, diz que preciso confrontar a questão antes que chegue tarde demais.
Enquanto isso, democratas e republicanos continuam experimentando com a tecnologia, que tem sido utilizada para traduzir mensagens de vídeo para diversos idiomas e dialetos na Índia durante as eleições de 2020 para alcançar mais eleitores. As campanhas políticas também estão usando AI para filtrar milhões de pontos de dados a fim de direcionar melhor seus eleitores.
Até agora, não há leis regulamentando o uso da IA em propagandas políticas. Enquanto alguns estados americanos regulam o uso dos deepfakes nas semanas antes das eleições, a maioria dos partidos pode evitar violar legislações adicionando um aviso nos conteúdos produzidos usando IA – como foi feito com o pequeno aviso “construído inteiramente com imagens de IA” adicionado no anúncio do Comitê Nacional Republicano.
Notícia | O uso de inteligência artificial (IA) em campanhas políticas está se tornando uma realidade, e suscitando preocupações sobre o impacto que pode ter na democracia. |
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Ano de destaque | 2008 |
Evento | A campanha presidencial de Barack Obama foi aclamada por ser a primeira a utilizar as redes sociais com sucesso para mobilizar eleitores e conquistar a Casa Branca. |
Impacto da IA nas eleições | A inteligência artificial parece estar pronta para transformar as eleições, mas muitos eleitores podem ser enganados por conteúdo gerado por computador, mesmo quando sua veracidade é questionável. |
Preocupações | O uso irrestrito de IA em propaganda política pode criar um cenário onde nada precisa ser “real”, abrindo caminho para uma era de informação falsa. |
Regulamentação | Não há leis regulamentando o uso da IA em propagandas políticas até agora. |
Com informações do site CNN.