Londres, 2023 – A startup Orbital Materials está utilizando inteligência artificial (IA) para acelerar o desenvolvimento de tecnologias de energia limpa. A empresa sediada em Londres está desenvolvendo um sistema baseado em IA generativa, semelhante ao utilizado no ChatGPT, com o objetivo de identificar fórmulas ideais para produtos como combustíveis sustentáveis e baterias livres de minerais de terras raras.
O cofundador da Orbital Materials, Jonathan Godwin, busca criar um sistema acessível e eficaz que possa ser utilizado por engenheiros químicos da mesma forma que os softwares atuais para modelagem de projetos. Ele acredita que a ciência molecular historicamente enfrentou dificuldades nesse aspecto.
Embora muitos pesquisadores e empresas já tenham utilizado IA na busca por materiais mais verdes, ainda há desafios a serem superados. O tempo necessário para que um novo material avançado chegue ao mercado é longo demais para as empresas e nações que buscam reduzir rapidamente suas emissões e atingir as metas de carbono zero estabelecidas.
IA acelerando o desenvolvimento de materiais mais verdes
Antes da fundação da Orbital Materials, Godwin passou três anos realizando pesquisas sobre descoberta de materiais avançados no Google’s AI Lab, DeepMind. A empresa lançou o AlphaFold, um modelo que prevê a estrutura de proteínas e pode acelerar a busca por novos medicamentos e vacinas. Com base nessa experiência, Godwin acredita que a IA em breve será capaz de dominar o mundo material.
A Orbital Materials planeja treinar modelos com grandes quantidades de dados sobre a estrutura molecular de materiais. Ao digitar propriedades desejadas junto com o material, o modelo propõe uma fórmula molecular. A eficácia dessa abordagem está na capacidade de imaginar novas moléculas e prever seu funcionamento.
Investidores tecnológicos estão interessados em empresas que possam lucrar com a produção de materiais mais verdes, especialmente na Europa, onde regulamentações exigem a diminuição das emissões de carbono ou impõem multas robustas. Os mercados para materiais avançados em setores como energia renovável, transporte e agricultura têm potencial para crescer bilhões nos próximos anos.
A startup holandesa VSParticle, por exemplo, desenvolve equipamentos usados no desenvolvimento de componentes para sensores de gás e hidrogênio verde. Já a Orbital Materials, que já arrecadou US$ 4,8 milhões em financiamento inicial, planeja utilizar sua IA inicialmente para captura de carbono, projetando peneiras moleculares mais eficientes para separar CO2 e outros produtos químicos nocivos das emissões.
No entanto, implementar esses avanços tecnológicos também envolve desafios logísticos e colaboração com grandes empresas já estabelecidas. Essa etapa pode ser ainda mais complicada do que o desenvolvimento dos próprios materiais. Apesar dos riscos associados às startups do setor energético, investidores como Heather Redman, da Flying Fish Partners, acreditam que o potencial de mercado vale o risco.
A percepção sobre a aplicação da IA na química tem melhorado, e novos players do mercado podem ter mais facilidade para impulsionar a adoção dessas tecnologias. Com a computação avançando rapidamente, a Orbital Materials e outras empresas estão buscando aproveitar o potencial da IA para acelerar o desenvolvimento de materiais mais verdes e contribuir para a descarbonização do planeta.
Notícia | Resumo |
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Título | Relatório sobre a startup Orbital Materials e sua aplicação de IA na aceleração do desenvolvimento de tecnologias de energia limpa |
Empresa | Orbital Materials |
Localização | Londres |
Objetivo | Acelerar o desenvolvimento de tecnologias de energia limpa utilizando IA generativa |
Proposta | Criar um sistema acessível e eficaz para engenheiros químicos utilizarem modelos computacionais poderosos na busca por fórmulas ideais de produtos sustentáveis |
Desafios | Desenvolvimento de materiais, desafios logísticos e colaboração com grandes empresas |
Investimento | US$ 4,8 milhões em financiamento inicial |
Potencial de mercado | Trilhões de dólares em baterias e captura de carbono |
Com informações do site Data Center Knowledge.