Uso da inteligência artificial em campanhas políticas gera preocupação para as Eleições Presidenciais de 2024 nos Estados Unidos
No ano de 2008, a campanha eleitoral da Presidência dos Estados Unidos liderada por Barack Obama foi celebrada por ser a primeira a utilizar as mídias sociais como uma ferramenta de mobilização para capturar a Casa Branca. De lá pra cá, a tecnologia evoluiu rapidamente e se tornou essencial em todas as etapas da campanha. Agora, em 2023, uma nova tecnologia surge para revolucionar as campanhas políticas: a inteligência artificial (IA).
Porém, o uso de conteúdo gerado por computador que mistura fatos com ficção está gerando preocupação para as Eleições Presidenciais de 2024.
Inteligência artificial na política
A situação ganhou destaque após o Comitê Nacional Republicano lançar um vídeo de 30 segundos como resposta ao anúncio do Presidente Joe Biden sobre sua candidatura à reeleição. O vídeo imagina um futuro distópico nos Estados Unidos após a reeleição do presidente, mostrando imagens chocantes de migrantes cruzando a fronteira americana, soldados nas ruas e jatos chineses atacando Taiwan. No entanto, todas essas imagens foram criadas com o auxílio da IA.
O problema é que alguns dos entrevistados pela CNN não conseguiram identificar que essas imagens eram falsas. Essa falta de percepção pode criar implicações políticas sérias já que faz com que os eleitores questionem o real acontecimento ou existência dos eventos mostrados nos vídeos. Em outras palavras, quaisquer informações podem ser contestadas e chamadas de falsas.
De acordo com especialistas em ciência forense digital da Universidade da Califórnia, a IA faz com que as águas turvem ainda mais. Em teoria, qualquer coisa agora pode ser falsa – imagens, áudios, vídeos ou textos e isso oferece um “dividendo do mentiroso”, que permite que qualquer pessoa negue a realidade e faça afirmações sem embasamento.
Preocupações e soluções
Apesar disso, alguns especialistas em cibersegurança como Imran Ahmed, CEO do Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH), não veem o uso da IA como algo particularmente perturbador. No entanto, ele está preocupado com os possíveis rumos que essa tecnologia poderá tomar no futuro. A solução futura seria o estabelecimento de um tratado de desarmamento mútuo entre países para evitar o uso enganoso da IA em campanhas políticas.
Nesse sentido, alguns legisladores estão correndo para acompanhar essa evolução tecnológica. Algumas restrições já foram impostas em determinados estados norte-americanos para evitar o uso de deepfakes durante as últimas semanas das eleições. No Estado do Texas, por exemplo, tal prática é proibida.
Para muitas pessoas otimistas sobre a tecnologia da IA, esse grande avanço tem potenciais benefícios positivos na política enquanto outras temem as possíveis consequências na área política em termos de confiança e desinformação. O futuro só dirá se os usos indevidos da IA serão regulamentados e contidos enquanto é preciso prestar bastante atenção nessas novas inovações no campo eleitoral.
Evento | Impacto |
---|---|
Uso de IA em campanhas políticas | Pode gerar preocupação e desinformação |
Vídeo criado com IA pelo Comitê Nacional Republicano | Imagens falsas podem ser confundidas com a realidade |
Áudios, vídeos e textos criados com IA | Qualquer coisa pode ser falsa, o que oferece um “dividendo do mentiroso” |
Restrições impostas em alguns estados norte-americanos | Para evitar o uso de deepfakes durante as últimas semanas das eleições |
Legisladores correndo para acompanhar a evolução tecnológica | Algumas restrições já foram impostas, mas é preciso prestar atenção nessas novas inovações no campo eleitoral |
Com informações do site CNN.