Mais de 11 mil membros da Guilda de Escritores da América entram em greve para proteger seus trabalhos da Inteligência Artificial
Nesta terça-feira, mais de 11 mil integrantes da Guilda de Escritores da América (WGA) iniciaram uma greve exigindo mudanças significativas na Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP). Os escritores pedem proteção contra o avanço das ferramentas de Inteligência Artificial (IA), que podem levar à substituição do trabalho humano. A proposta da WGA pede que a IA seja regulamentada para que não possa escrever ou reescrever material literário e os trabalhos dos escritores não possam ser usados para treinar a IA. A greve imediata paralisou a produção de algumas séries de televisão, podendo adiar o início de novas temporadas ainda este ano.
Um dos membros responsáveis pelo comitê, John August, está preocupado com o futuro da profissão. Embora saiba que essas ferramentas têm limitações em produzir roteiros criativos, ele se preocupa com o uso desses algoritmos para gerar outras histórias semelhantes às suas obras. “O trabalho dos roteiristas não pode ser substituído pelas máquinas”, afirma August.
A AMPTP ofereceu reuniões anuais para discutir os avanços da tecnologia para os roteiristas e argumentou que a IA deve ser utilizada como parte do processo criativo sem alterar como os créditos são determinados. De acordo com a AMPTP, materiais gerados pela IA não seriam elegíveis para crédito de escrita.
Os economistas da Goldman Sachs estimam que a nova onda de inteligência artificial pode levar à automatização de até 300 milhões de empregos globais em algum grau. Os trabalhadores do colarinho branco, como aqueles em papéis administrativos e jurídicos, serão os mais afetados.
Com a greve dos escritores em Hollywood liderando a batalha, os profissionais de outras áreas começam a prestar atenção ao movimento. A Inteligência Artificial já tem sido usada na indústria do cinema há anos para criar personagens e cenas especiais, mas ainda é uma tecnologia em desenvolvimento no campo da escrita criativa. Há preocupações também sobre a propriedade intelectual na criação de histórias geradas pela IA.
A WGA está buscando orientação clara para suas necessidades enquanto tenta se proteger contra “o desemprego tecnológico”. Enquanto isso, August enfatiza que os roteiristas são capazes de trabalhar com essas ferramentas se elas forem usadas para realçar o seu trabalho em vez de substitui-lo. O avanço desses algoritmos levanta questões importantes para todos os profissionais sobre o futuro do emprego e a automação das indústrias.
Notícia | 11 mil membros da Guilda de Escritores da América (WGA) entraram em greve |
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Mudanças exigidas | Proteção dos trabalhos do avanço das ferramentas de Inteligência Artificial (IA) |
Proposta da WGA | Regulação da IA para que não possa escrever ou reescrever material literário, não possa ser usada como material fonte e os trabalhos dos escritores não possam ser usados para treinar a IA |
Impacto da greve | Paralisação da produção de algumas séries de televisão e possível adiamento do início de novas temporadas |
Preocupações dos escritores | Uso das ferramentas de IA para gerar outras histórias semelhantes às suas obras e substituição do trabalho humano |
Posição da AMPTP | Utilização da IA como parte do processo criativo sem alterar como os créditos são determinados e materiais gerados pela IA não seriam elegíveis para crédito de escrita |
Estimativa dos economistas da Goldman Sachs | Nova onda de inteligência artificial pode levar à automatização de até 300 milhões de empregos globais em algum grau |
Preocupações sobre a propriedade intelectual | Criação de histórias geradas pela IA |
Com informações do site CNN.