Mais de 50% das pessoas querem regulamentação do uso de inteligência artificial no ambiente de trabalho, aponta pesquisa
Uma pesquisa realizada pelo sindicato de comércio Prospect, com mais de 1.000 entrevistados no mês passado, revelou que quase 60% das pessoas gostariam que o governo britânico regulasse o uso de tecnologias de inteligência artificial (IA) generativa no ambiente de trabalho para proteger os empregos.
A IA já é usada há algum tempo pelos empregadores em decisões de definição de metas e contratação e demissão, mas a relevância dessas tecnologias aumentou drasticamente desde o lançamento do ChatGPT, que atingiu 100 milhões de usuários em dois meses. Um recente relatório da Goldman Sachs sugeriu que a IA poderia eventualmente substituir 300 milhões de postos de trabalho – cerca de um quarto da força global.
Os trabalhos administrativos são os mais vulneráveis, seguidos pelos trabalhos em direito, arquitetura e engenharia. A Prospect representa trabalhadores qualificados, como cientistas e engenheiros. Andrew Pakes, secretário-geral adjunto do sindicato, afirmou que muitos funcionários já estão experimentando alguma forma de IA por meio da tomada de decisões automatizada, muitas vezes em conjunto com a vigilância no local de trabalho. Ele disse que é importante que o governo se envolva agora tanto com funcionários quanto com empregadores para elaborar novas regras justas para o uso dessa tecnologia.
Outra conclusão da pesquisa foi de que 71% dos trabalhadores sentiriam-se desconfortáveis com o rastreamento de seus movimentos no trabalho e 59% estariam incomodados em ter seu uso do teclado monitorado enquanto trabalham em casa.
Embora um relatório recente do governo sugerisse uma abordagem laissez-faire para o desenvolvimento da IA, fontes governamentais indicaram que o primeiro-ministro tem algumas preocupações com relação à tecnologia. A TUC (Central Sindical e Congresso Trabalhista) defendeu limites na forma como os empregadores coletam e usam dados sobre seus funcionários, que podem então ser alimentados nas decisões automatizadas.
Mary Towers, líder do trabalho da TUC em IA no local de trabalho, alertou que a IA poderia ser “usada para intensificar o trabalho até um ponto em que se torna insustentável”. A TUC exige que os trabalhadores sejam informados sobre quais dados estão sendo coletados sobre eles e como estão sendo usados.
Notícia: | Cerca de 60% das pessoas querem que o governo britânico regule o uso de tecnologias de inteligência artificial (IA) generativa no ambiente de trabalho para proteger os empregos. |
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Pesquisa: | Realizada pelo sindicato de comércio Prospect com mais de 1.000 entrevistados no mês passado. |
Resultados: | 58% concordam que o governo deveria estabelecer regras em torno do uso da IA generativa para proteger os empregos dos trabalhadores. |
Impacto: | A IA poderia eventualmente substituir 300 milhões de postos de trabalho, mas muitos desses podem ser substituídos por novos empregos necessários para trabalhar ao lado dessa tecnologia. |
Preocupações: | 71% dos trabalhadores sentiriam-se desconfortáveis com o rastreamento de seus movimentos no trabalho e 59% estariam incomodados em ter seu uso do teclado monitorado enquanto trabalham em casa. |
Com informações do site The Guardian.