Milhares de trabalhadores em países pobres são a força oculta por trás do sucesso da inteligência artificial
Os sistemas de inteligência artificial, como o ChatGPT, são alimentados por milhares de trabalhadores em países pobres que ensinam a IA a agir rotulando milhões de dados e imagens. Esses profissionais são contratados por grandes empresas de tecnologia e recebem salários precários, muitos de baixa renda, sem os quais sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT não existiriam.
Uma investigação da revista Time constatou que muitos dos rotuladores terceirizados pela OpenAI para treinar seu ChatGPT recebiam entre US$ 1,32 e US$ 2 por hora (cerca de R$ 6 a R$10). A organização Partnership on AI reconheceu o papel fundamental que esses profissionais desempenham no desenvolvimento da IA, mas também alertou sobre as precárias condições em que trabalham.
A DignifAI é uma das empresas do setor que têm impacto social e oferecem salários mais dignos aos seus funcionários contratados na rotulagem de dados. Enrique García, co-fundador e gerente da DignifAI, empresa americana com sede na Colômbia defende que o valor pago aos trabalhadores precisa ser avaliado segundo a perspectiva local.
Garcia reconhece que ainda existem empresas pagando abaixo do salário mínimo e que é preciso concentrar essa crítica em apenas um setor. Ele destaca que várias empresas do setor têm como objetivo aumentar a produtividade das pessoas além da DignifAI, sua empresa sediada na fronteira entre Colômbia e Venezuela dá trabalho aos migrantes venezuelanos reduzindo os índices vulnerabilidade dessas pessoas. Alguns funcionários antes desempregados ou outros ganhavam apenas US $4-5 por dia, conseguindo agora ganhar pelo menos 1,8 vezes o salário mínimo colombiano.
No geral, sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT dependem dos trabalhos rotineiros feitos pelos subcontratados responsáveis pela rotulagem dos dados para seu treinamento tornando possível seu uso pelos usuários finais.
Notícia: | O ChatGPT é um programa de inteligência artificial lançado no final de 2022 capaz de responder a quase todas as perguntas do usuário e produzir textos que parecem ter sido escritos por um humano. |
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Polêmica: | Trabalhadores subcontratados por grandes empresas de tecnologia, muitos de baixa renda, são responsáveis pela rotulagem dos dados para o treinamento da IA, recebendo salários precários. |
Impacto social: | Empresas como a DignifAI oferecem salários mais dignos aos seus funcionários contratados na rotulagem de dados, reduzindo os índices de vulnerabilidade de migrantes venezuelanos. |
Com informações do SITE BBC.